Passei um tempo para fazer a resenha desse novo disco dos criadores do Heavy Metal. O ouvi calmamente, por diversas vezes. A empolgação inicial continua intacta. Li alguns comentários acerca desse disco, que a banda fez o que uma vez foi feito por ela mesma, mas, sinceramente, era isso justamente que eu queria ouvir: o velho Black Sabbath fazendo música como no início. Pena foi só a ausência do mestre das baquetas, Bill Ward. Não que o músico convidado, Brad Wilk (Rage Against the Machine, ex-Audioslave), não tenha feito um belo trabalho (inclusive mantendo as características do velho mestre intactas), mas muitos esperavam pela presença de Bill nessa nova reunião. Enfim, agora passou e o importante que esse álbum, com Ozzy Osborne nos vocais, após 35 anos, não decepciona os fãs do Black Sabbath. Aos primeiros riffs (sim, Tony Iommi continua o deus dos riffs, mostrando porque influenciou gerações e porque deve ser chamado do criador do Heavy Metal, juntamente com sua banda) de “End of the Beginning” é inevitável não ser remetido aos primórdios do Heavy Metal e do próprio Black Sabbath. Música densa, arrastada, fúnebre, pesada, numa espécie de “Black Sabbath” (a música) atual. Essa música e como se fosse uma “Black Sabbath II”. Ouvir uma música com essas características logo no início de “13” é de arrepiar. É para emocionar qualquer fã do Black Sabbath. Falei do baterista convidado, de Ozzy, Iomi, mas, de forma alguma, poderia deixar de mencionar o grande Geezer Butler e suas sempre inspiradas linhas de baixo. O baixo sempre foi um instrumento de grande destaque, até mesmo em razão do músico que é Geezer, pois não é nada fácil impor o instrumento em meio aos riffs e solos de Iommi. Geezer simplesmente destroça o instrumento e é de arrepiar cada “estilingada” que ele dá, cada base que ele faz. As músicas são, de certa forma, longas, e o ‘track list’ regular do álbum tem pouco mais de 50 minutos, mas, como era de se esperar, nada de enjoativas, repetitivas. É música feita por quem entende do traçado. Destaques? Eu poderia citar a pesada e mais veloz “Live Forever”, que traz um belo duelo entre Butler e Iommi, mas o álbum todo é perfeito! Todas as músicas são destaques, até “Zeitgeist”, que também é uma espécie de continuação, dessa vez para a psicodélica/viajante “Planet Caravan”, contida no álbum “Paranoid” (1971). O lado negativo – para mim – fui eu ter pegado a versão simples de “13”, com encarte pobre, sem fotos e trazendo apenas oito músicas, sem qualquer bônus. Mas, nem por isso, esse deixa de ser um dos álbuns que faz jus à carreira dos criadores. Ah, o finalzinho do CD faz menção ao início da banda, mais precisamente à música que dá nome ao Black Sabbath. Interessante e, ao mesmo tempo, deixou certa dúvida pairando...