Com os governos finalmente admitindo que de fato os OVNIs existem e com a humanidade tentando sair da recente crise, o momento não poderia ser mais apropriado para a mais nova adição à discografia do Hypocrisy: “Worship”. Com um título mais do que apropriado, a capa do álbum mostra uma massa de humanos olhando para o céu descuidadamente enquanto naves espaciais brilhantes na forma do logo do Hypocrisy atravessam feixes de luz com a intenção de descer em templos Maias. Tal arte foi criada pelo artista Blake Armstrong (Kataklysm, In Flames, Carnifex, etc.), e mostra como seria o relacionamento da humanidade com os extraterrestres. “Eles estão voltando para pegar [os humanos]”, explica o fundador e idealizador do Hypocrisy, Peter Tägtgren.
A faixa “Chemical Whore” fala sobre a dependência farmacêutica e sobre aqueles que a constroem. “Somos todos prostitutas químicas. Consumimos prescrições e medicamentos regularmente porque pensamos que precisamos; usamos uma pílula para curar o dano causado por outro medicamento... é um ciclo vicioso”. Musicalmente, é a única canção que foi escrita por todos os três membros principais da banda e isso resulta em um som mid-tempo, muito parecido com o que encontramos nas músicas “Eraser” e “Fractured Millenium”. Ou seja um som bem no estilo Hypocrisy.
A faixa “Dead World” foi escrita pelo filho de Peter Tägtgren, Sebastian, que deu à música um toque mais moderno. Porém, a letra ainda traz o bom e velho Hypocrisy. Entrando em detalhes sobre os Illuminati e sobre as operações clandestinas dos governos, a letra mostra o quão miseráveis essas figuras representativas e teorias conspiratórias podem nos tornar. “Chame de fantasia, chame de ficção científica, há muitas conspirações no mundo, mas eu acho estas bem interessantes”, explica Tägtgren.
“Greedy Bastards” é outra faixa que se caracteriza pela simplicidade e sentimento que emana. Riffs trepidantes encapsulam um som que quase beira o reino do Thrash Metal, mas ainda mantendo seus pés firmemente plantados no mundo ao qual eles pertencem: o Death Metal. A letra fala sobre a ganância e os métodos que vários governos ao redor do mundo têm para controlar as pessoas, jogando-as umas contra as outras.
Para Tägtgren, a inspiração para compor um novo material para o Hypocrisy veio em ondas. “Acho que estávamos em turnê de um outro projeto quando comecei a ficar com fome novamente. Comecei a cuspir alguns riffs novos e quando tive sete ou oito músicas prontas, chamei o resto dos caras para se juntarem a mim e colaborar e, a partir daí, começamos a reunir tudo. Nós tivemos uma pausa por alguns meses, continuamos gravando, voltamos para a turnê... nunca parando. Houve muitas idas e vindas, então a COVID apareceu e as coisas ficaram muito estranhas”.
Tägtgren foi um dos muitos trabalhadores da cena musical que foi forçado a um súbito isolamento no início da COVID-19 mas, para Tägtgren, essa é uma prática comum quando ele está em processo de composição. Como de costume, todas as gravações e mixagens ocorreram no estúdio caseiro de Tägtgren na Suécia.
“Worship” traz 11 faixas de musicalidade precisa e feroz. Comumente inspirado pela fusão do moderno e do antigo, o Hypocrisy mais uma vez encontrou a maneira certa de combinar ideias inovadoras com o som clássico para entregar algo que os headbangers podem consumir de forma prazerosa com admiração e vigor brutal.